Nosso Bairro

Convite para percorrer o Bairro Cidade

E na largada do roteiro, o Diário Popular volta as atenções à Duque de Caxias, uma das oito portas de entrada de Pelotas

Jô Folha -

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O apelido demonstra a força do Fragata: Bairro Cidade. É o cenário em que o Diário Popular passa a circular a partir deste final de semana, através do projeto Nosso Bairro, que começou no dia 21 de maio e já rodou por Laranjal e Areal. E para conduzir este roteiro, as atenções voltam-se à avenida Duque de Caxias, artéria principal, de quatro quilômetros, que conduz a diferentes localidades e é uma das oito portas de entrada de Pelotas, em conexão com a BR-392.

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Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (Famed-UFPel), Quartel do 9º Batalhão de Infantaria Motorizado (9º BIMtz) do Exército, Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula. São inúmeras as referências. E uma delas tem peso especial: é o Nicolau Fico, estádio do Grêmio Atlético Farroupilha - o tricolor, o Farrapo, o Fantasma do Fragata. Um símbolo que torna o bairro o único da cidade a possuir um time de futebol.

E nessas andanças pela Duque, entre inúmeros pontos comerciais de diferentes ramos e portes, um deles também se destaca. Não pela cor ou suntuosidade da fachada, mas sim pelo tempo em que se mantém na mesma esquina, enquanto a própria avenida se transforma ao longo das décadas: é o Armazém Colosso.

De portas abertas há mais de 90 anos

O cheirinho de linguiça defumada poderia indicar que o estabelecimento é um açougue. Engano. Ao olhar em volta, surgem brinquedos, ferramentas e utensílios domésticos. Alimentos, pequenos móveis e itens de pescaria. Calçados, churrasqueiras e artigos de praia. É uma enorme gama de produtos, no melhor estilo armazém, com mercadorias espalhadas em prateleiras que aproveitam todas as paredes e ficam penduradas - inclusive - em ganchos pelo teto. Outras ficam à mostra ali mesmo na esquina da Duque de Caxias com a rua Gervásio Alves Pereira.

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É uma tradição que começou há 91 anos, quando o proprietário Fernando Valente abria as portas do Colosso. Na década de 1950 foram os Meggiato quem assumiram o armazém; primeiro o Ângelo, depois o filho Osmar. "A gente segue batalhando. Vem freguês de tudo que é região da cidade comprar aqui", orgulha-se Cláudio Roberto Becker, 71, que está à frente da empresa desde 2014, quando recebeu o legado do tio Osmar.

E para dar seguimento ao trabalho, sem perder as características coloniais, Becker - que vive no Fragata desde a infância -, ainda mantém o crédito no formato "caderninho" aos clientes mais antigos. Mesmo, claro, que o Colosso tenha se modernizado nas modalidades inevitáveis para permanecer no mercado, através de cartões magnéticos e Pix.

Garantia é de que estacionamento seguirá de graça

O fragatense não esconde a desconfiança. Para fugir do aluguel, nos últimos anos, transformou o Uno Mille em balcão para tratativas com a clientela. Com movimento limitado na sapataria, já não valia a pena pagar aluguel. "Hoje em dia tem muito calçado descartável. Se o conserto sair caro, ninguém quer pagar. Dizem que vale a pena comprar outro sapato", explica Osmar Peixoto, 70. Foi por isso que a avenida Duque de Caxias virou o endereço para conversar com os clientes; uma forma de reduzir custos.

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Agora, conforme acompanha os investimentos na requalificação dos canteiros, o sapateiro vê crescer o ceticismo. "Com certeza não vão fazer de graça esse estacionamento. Tem uma fortuna aí no chão", afirma e aposta que, no futuro, haverá instalação de parquímetros. É algo, inclusive, que ocorreu com a avenida Bento Gonçalves.

O que diz a prefeitura 

O secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al-Alam, é taxativo: "Não existe nenhuma possibilidade de colocação de estacionamento pago na Duque". Ao todo, os 15 "bolsões" criados no canteiro central resultaram em 1.005 vagas para veículos leves; capacidade superior ao espaço que existia junto aos meios-fios da via, que não estão mais disponíveis em função da instalação do corredor de ônibus. Nestes casos, só há área de embarque e desembarque.

Ponto de encontro e de lazer

Mesmo antes de a Duque receber o investimento de R$ 3,9 milhões e ganhar melhorias como sistema de acessibilidade, mobiliário, iluminação em led nas áreas de lazer e equipamentos de academia e playground à criançada, o local já era ponto de encontro em finais de tarde e, principalmente, aos finais de semana. Com a requalificação, cresce também a circulação pelas manhãs, com público em caminhadas, pedaladas e passeios com os pets.

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A servidora pública federal Thaíse Schaun, 33, mantém o hábito de se exercitar por ali, desde 2008. E o melhor, enquanto põe o corpo em movimento, aproveita para acumular conhecimento. "É um exercício pra mente também. Como gosto de História, tô aproveitando para ouvir um podcast sobre a crise de 1929", conta.

Para participar do projeto! 

O DP quer contar com a sua participação, através do Nosso Bairro. Para ser nosso parceiro, envie sugestões para os e-mails [email protected] e [email protected]. Você pode também entrar em contato pelo (53) 3284-7023 ou pelo WhatsApp (53) 99147-4781. Se preferir, pode dirigir-se à sede do Jornal, na rua 15 de Novembro, 718.

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